set 19 2018 Restauração do Museu Nacional pode levar 10 anos Autoria: Redação | Fotos: Divulgação O acesso do público aos itens restantes e restaurados do Museu Nacional pode levar 10 anos. É o que afirma a diretora e representante da Unesco no Brasil, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, Marlova Noleto. A conclusão sobre a demora é dos integrantes da Missão Emergencial da Unesco, após duas visitas a parte dos escombros, no Rio de Janeiro. Um dos integrantes é José Luiz Perdessoli Junior. Gestor de projetos de conservação de coleções do Centro de Estudos sobre a Preservação e Restauração de Bens Culturais, na Itália, o brasileiro explicou que a missão tem três frentes: uma emergencial, uma de resgate e restauração e uma de prevenção. Em relação ao resgate e restauração, ele explica que é um processo “muito delicado e demorado”, o que deve ser iniciado por arqueólogos. A missão deve levar dez dias e, nesse período, os integrantes realizam visitas aos escombros, sob a coordenação da chefe da missão da Unesco, Cristina Menegazzi, responsável pelo patrimônio cultural da Síria e pelos escombros resultantes da guerra, no país. Também fazem parte da comissão e, já estão no Brasil, dois especialistas da Alemanha, com experiência no museu da cidade de Colônia, que desabou em 2009. De lá até agora, apenas 20% do acervo pôde ser exposto de volta ao público, devido ao processo de recuperação dos itens. Segundo Cristina Menegazzi, alguns objetos podem ser restaurados, outros serão doados por outros museus. E aqueles exclusivos, que não existem mais no mundo, podem ser refeitos como réplicas, elaboradas por impressoras 3D, por exemplo. Uma fábrica de automóveis da Itália se ofereceu para emprestar a máquina que faz protótipo de carros e os objetos devem ser refeitos com base no sistema de catalogação do Museu Nacional. De acordo com a Unesco, a boa notícia é que a última atualização do acervo foi feita em fevereiro deste ano, o que é considerado recente. Ainda segundo a entidade, diversos países já se ofereceram para ajudar na recuperação do Museu Nacional, entre eles Alemanha, Itália e Canadá, com repasse de verbas, empréstimo de tecnologia e especialistas e até oferta de acervo.